1° Domingo do Advento: Vigiai

 

1º Domingo do Advento: vigilantes para vinda de Jesus


Foto: Vatican News


"Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem" (Lc 21,36).

 

Eis o tempo favorável que se apresenta! Aleluia! Queremos como esposa adornada juntamente com Espírito, proclamar em alta voz: Maranatha! Vem Senhor Jesus!

Sem dúvida, o advento é um tempo propício de conversão, um tempo de reencontrar-se com Deus e com os irmãos do Grupo de Oração. O Evangelho do primeiro domingo do Advento, apesar de duro na forma, nos traz esperança por sua ação em nós, na revelação da manifestação do Filho do Homem como princípio de novos tempos. O apelo é: permaneçam vigilantes! Jesus pode vir a qualquer momento. Devemos O esperar ontem, hoje e sempre e, por isso, o tempo é vivido em vista de um olhar diferente, mudado e expectante. Pois Ele vem! Oh, vem!

Sem o mover do Espírito em nós, facilmente perdemos a oportunidade de acolher os dons que recebemos e, perdidos nas trevas do egoísmo, nos expressamos, diante da generosidade do outro: “não preciso… não quero”. Por vezes, nos esquecemos e fazemos o mesmo diante do tremendo dom de Deus, seu Filho: “não preciso… não tenho interesse” a presença do niilismo no mundo. É tempo de mudar nossa visão e acolher a generosidade de Deus que nos cumula de dons, carisma, virtude e frutos no Espírito e dos irmãos a fim de plantarmos em nós a humilde generosidade que brota da vida no Espírito.

 

“Senhor Jesus, envia teu Espírito, para que Ele nos ajude a interpretar a Palavra da mesma forma que foi interpretada pelos discípulos no caminho de Emaús e tiveram seus corações aquecidos por Sua Palavra."


A segunda vinda de Jesus*

O texto escatológico nos leva a meditar o  discurso de Jesus sobre o fim dos tempos. Hoje, quando se fala do fim do mundo, as opiniões e reações sobre o tema são muito variadas. Para alguns, o tema traz muito medo (cf. Lc 21,26), outros ainda permanecem indiferentes diante do possível acontecimento, outros começam a viver com mais sobriedade e responsabilidade e ainda outros, quando ouvem uma terrível notícia, exclamam: "O fim do mundo está próximo!” O discurso de Jesus anuncia os acontecimentos como algo que deverão acontecer, porém as comunidades os consideravam como algo já ocorrido: primeiro sinal- os falsos messias e profetas que dirão: "Sou eu!” O tempo está próximo" (Lc 21,8); segundo sinal- haverá guerra e rumores de guerra (Lc 21,9); terceiro sinal- uma nação se levantará contra a outra (Lc 21:10); quarto sinal- haverá fome, pestes e terremotos em vários lugares (Lc 21:11); quinto sinal- haverá perseguição contra aqueles que anunciam a palavra de Deus (Lc 21,12-19); sexto sinal- cerco e destruição de Jerusalém (Lc 21,20-24).  Observando os seis sinais podemos dizer que o fim está próximo… Pois muitos desses sinais já se apresentam em nosso meio. "Todas estas coisas já aconteceram ou estão acontecendo!

O objetivo da linguagem bíblica apocalíptica é incentivar a fé e a esperança da comunidade primitiva no tempo de Lucas, em que muitas pessoas da comunidade pensavam que o fim do mundo estava próximo e que Jesus havia voltado. Mas esses indivíduos eram pessoas que permaneceram olhando para o céu, esperando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf Atos 1,11). O discurso de Jesus mostra que ninguém sabe a hora da última vinda.

Hoje acontece a mesma coisa! Alguns esperam tanto a vinda de Jesus, que não percebem sua presença entre nós, nas coisas e nos fatos de cada dia. O Senhor está vivo!

Calma! Por que ter medo? A história não escapa das mãos de Deus. De todas estas coisas, aparentemente negativas presente do evangelho de São Lucas, Jesus disse no Evangelho de São Marcos: "Estes são apenas como o início das dores do parto" (Mc 13,8). Apesar das dores do parto, ainda que seja muito angustiante para mãe, não são motivos de medo, mas sim de vida, alegria e esperança! Como veremos, o Evangelista Lucas expressará a mesma ideia, porém, em outras palavras (Lc 21,28).Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Estes dois versículos descrevem três fenômenos cósmicos: "Haverão sinais no sol, na lua e nas estrelas"; o rugido do mar e das ondas "; "os poderes dos céus serão abalados".

Lucas escreveu o evangelho no ano 80 d.C. período que, esses três fenômenos não haviam se manifestado e de forma apocalíptica mostra o tempo vindouro. À primeira vista, parece ser mais terrível do que os anteriores, como afirma Lucas, que suscita angústia e causa temor nos homens e nas nações. Apesar de sua aparência negativa, estas imagens cósmicas sugerem algo de positivo, ou seja, o início da nova criação que irá substituir a velha criação (cf. Ap 21,1) principalmente no Espírito reconhecendo que pela Santidade de Vida - Genuína conversão - Reconhecerá e antecipará a vinda do Senhor, para o início do novo céu e da nova terra, anunciado por Isaías (Is 65,17), introduzido a manifestação do Filho de Deus e o início de uma nova era (Rm 8,19) aguardada pela criação.

Na Imagem da vinda do Reino de Deus e da manifestação do Filho do Homem podemos ver na profecia de Daniel (Dn 7,1- 14) após as desgraças causadas pelos quatro reinos deste mundo (Dn 7, 1-14), o Reino de Deus virá (Dn 7,9-14). Estes quatro reinos: leão, urso, pantera e a besta feroz (Dn 7,3-7). São reinos animalescos! O Reino de Deus aparece sob a forma do Filho do Homem que se encarna!Construir este reino que está aqui é a tarefa dos Grupos de Oração. É a nova história, a nova criação, cuja realização devemos colaborar pela graça do Batismo no Espírito Santo.

"Quando estas coisas começarem a acontecer abram os olhos e levantem a cabeça, porque a vossa redenção está próxima!"

O Papa Francisco no Angelus (15/11/2015) disse “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”. 

Logo Jesus ao declarar tais acontecimentos não tem o propósito de causar medo, mas semear esperança e alegria sua vinda. As palavras de Jesus ajudaram e ajudam a comunidade primitiva a ler os fatos com as lentes da esperança e expectativa. Devem ter medo aqueles que não esperam e não estão prontos para a vinda e que devem saber que seu império humano  e de opressão acabou. O Papa nos pede uma disposição dupla: de um lado a vigilância sempre atenta ao que estamos esperando, do outro lado da tranquilidade serena - jamais negligente - em prontidão, daquele que está sempre em paz. Esta disposição é um sinal de muita maturidade, porque combina a consciência da seriedade do compromisso, da perseverança e a consciência da relatividade de todas as coisas. Este mundo de injustiça terá fim!

 

Sempre vigilantes*


A partir da figueira (v.29) (fogo que consome) devemos aprender a ver os sinais dos tempos e sermos capazes de descobrir onde e quando Deus entra em nossa história! Deus vem sempre! Seu retorno vem quando menos se espera, por isso a vigilância, a penitência, o jejum e a oração. E quando acontecer que Ele venha e as pessoas não percebam sua chegada. (cf. Mt 24,37-39). Jesus nos alerta para que estejamos sempre vigilantes: (1) evitar o que pode enturvar e endurecer o coração (desilusões, embriaguez, cansaços da vida);(2) orar sempre pedindo força para continuar esperando de pé, a vinda do Filho do Homem.

Ninguém sabe como será o novo tempo, pois ninguém pode imaginar o que Deus preparou para aqueles que o amam (1 Cor 2,9). O novo tempo da vida sem morte e sem dor (Ap 21,4). Mas, "não vos compete saber o tempo e a hora que o pai estabeleceu com sua autoridade." (Atos 1,7). A única maneira de contribuir para o fim "é que nos cheguem os tempos da consolação da parte do Senhor” (Atos 3,20), é dar testemunho do Evangelho em todos os momentos e ação, até os confins da terra (At 1,8 ). “Porque ninguém sabe o dia nem a hora; nem os anjos do céu, nem o Filho, somente o Pai "(Marcos 13, 32; Mateus 24,36). O tempo de Deus não é medido pelos relógios e calendários humanos, pois Deus é quem determina a hora do fim, pois para Deus um dia pode ser igual a mil anos, e mil anos igual a um dia (Sl 90,4). O tempo de Deus decorre independentemente do nosso tempo cronológico. Logo temos que estar preparados para o momento em que o tempo de Deus se cumprirá em nosso tempo. O que dá segurança não é saber quando será o fim do mundo, mas O mundo passará, mas a Sua palavra não passará (cf. Is 40: 7-8). E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. (Ap 22,17) Maranatha!

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Fonte: 
Portal RCCBRASIL

       
 https://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/2510

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